Na Amazônia, um dos espaços naturais mais ricos do mundo, a intensa seca e outros problemas ambientais estão colocando a vida de um dos seus mais emblemáticos animais aquáticos em estado de alerta: o golfinho amazônico. Miriam Marmontel, líder do Grupo de Mamíferos Aquáticos do Mamirauá, alertou para a gravidade da situação que enfrentam esses animais na região do Lago Tefé.
A seca registrada na região influencia diretamente a vida e a sobrevivência dos golfinhos. No ano passado, centenas de golfinhos, representantes da cultura e biologia local, faleceram em consequência da seca histórica que marcou a região amazônica. De um total de 209 golfinhos amazônicos mortos, 178 eram botos vermelhos e 31 da espécie tucuxi.
Como medida de emergência para evitar a morte em massa desses animais, ações de resgate têm sido realizadas para salvar os golfinhos das espécies mais afetadas – botos vermelhos e tucuxis. No entanto, as condições de seca dificultam essas operações. O nível baixo da água e as altas temperaturas atuais representam obstáculos significativos para a efetivação dos resgates.
Vale destacar que as condições atuais refletem situações já vivenciadas no passado recente. O receio é que episódios similares ao ocorrido no ano passado, com baixa profundidade e altas temperaturas, se repitam, ocasionando um declínio ainda maior na população de golfinhos amazônicos. Em 2020, aproximadamente 15% da população de botos vermelhos e tucuxis do Lago Tefé faleceram devido a esses fatores.
A salvação dos golfinhos amazônicos tornou-se um desafio ainda maior devido à situação atual de seca extremamente baixa, levando os animais a ficarem encalhados e presos em poços. A dura realidade do cenário ambiental altera diretamente a vida desses animais e a possibilidade de sobrevivência da espécie na região. O alerta é claro; estamos próximos de repetir um episódio devastador para a fauna aquática da região amazônica.
Paralelamente à situação dos golfinhos, pelo menos 20 municípios do Amazonas já declararam estado de emergência devido à estiagem, afetando diretamente a vida e o bem-estar de 63.000 famílias amazônicas. A seca atual, além de impactar a fauna, afeta também a flora e a vida humana, possivelmente alterando para sempre a vida na Amazônia.
Com a gravidade da situação, é fundamental destacar a importância de atentarmos para as questões ambientais e promovermos ações de preservação e respeito à biodiversidade. A sobrevivência dos golfinhos amazônicos e de muitas outras espécies depende de nossa atuação responsável e consciente.