Em um áudio revelado pela Polícia Federal (PF), o agente da PF Wladimir Soares afirma que integrava uma equipe que estava preparada para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após as eleições de 2022.
“Tinha que ter cortado a cabeça logo… tem que prender, prende logo e não tem muita conversa. […] A gente estava preparado para isso inclusive, para ir prender o Alexandre de Moraes. Eu ia estar em uma equipe, ia botar para f* nesse filho da p*”, diz um dos áudios encontrados no aparelho do agente.
Em fevereiro, a CNN já havia revelado a existência dos áudios. Em um deles, o agente da PF diz que “estavam com Moraes [ministro] na mira”.
Em outra mensagem de voz de Wladimir, ele fala sobre a frustração da não execução da suposta trama golpista e se refere ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “frouxo” por não ter reagido a suspensão de Moraes à nomeação de Alexandre Ramagem para diretor-geral da PF. A decisão do ministro foi proferida em abril de 2020.
“O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente de colocar um diretor da Polícia Federal, o Ramagem. Tinha que ter cortado a cabeça dele era ali, mas não fez, foi frouxo. Tentou fazer tudo direitinho, quatro linhas e não sei o quê, e só se ferrou”, declara a um contato não identificado.
A PF aponta que Wladimir era um agente infiltrado na segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e fazia parte de um plano de assassinato para matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O agente da PF foi preso em novembro do ano passado. De acordo com a investigação, Wladimir Soares forneceu detalhes estratégicos sobre o esquema de segurança de Lula. Para a PF, seria parte do plano de morte.
A operação Contragolpe da PF desvendou um plano para que, dentro da trama golpista, o ministro Moraes, Lula, e seu vice, Geraldo Alckmin, fossem “neutralizados” por militares das Forças Especiais do Exército, segundo a PF. Quatro militares e Wladimir Soares foram presos.
O relatório da PF detalha como o grupo agiria, com militares em frente ao prédio onde o ministro morava, à época, na Asa Sul de Brasília, “de prontidão para o ato”.
*Sob supervisão de Renata Souza