Curitiba e Florianópolis, embora sejam polos de empregos qualificados e possuam baixas taxas de desemprego, enfrentam desafios significativos para garantir o acesso a políticas públicas de forma igualitária. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ambas as cidades ostentam índices econômicos positivos, com renda média elevada e receita bruta robusta. No entanto, a distribuição desses recursos é desigual, afetando, particularmente, populações negras e indígenas.
Nas duas capitais, há uma pressão imobiliária alta, ampliando a necessidade de infraestruturas de trânsito e de políticas de promoção da igualdade. Esse quadro é agravado pela pouca tradição local de participação política de grupos minoritários, o que tem gerado debates nas eleições municipais programadas para 2024.
Florianópolis, a capital de Santa Catarina, tem uma economia sólida, ocupando a 35ª posição no país em termos de receita bruta e ostentando o décimo maior salário médio do Brasil. Por outro lado, o acesso a políticas públicas na cidade é problemático, especialmente para grupos marginalizados.
Os eixos centrais das discussões eleitorais na cidade são estruturados em torno da infraestrutura de mobilidade e da saúde. Com uma força de trabalho considerável importada de cidades vizinhas, a infraestrutura de transporte precisa ser aprimorada para evitar longas jornadas de deslocamento. Na saúde, os desafios são aumentados devido ao aumento da população em situação de rua e necessidade de uma rede de atendimento mais inclusiva e equitativa.
Curitiba, capital paranaense, experimenta um fenômeno semelhante. A cidade tem indicadores sólidos de saneamento e urbanização em muitas partes, mas luta com um valorização de terrenos, expulsando as famílias de baixa renda. Seus índices de educação e saúde não acompanham seus resultados econômicos. Além disso, Curitiba enfrenta desafios em oferecer acessibilidade suficiente para crianças com necessidades especiais e em promover a atratividade da carreira docente.
A saúde em Curitiba também é uma área de preocupação. A mortalidade infantil, obesidade entre crianças e acesso a unidades de saúde são problemáticos, apesar do foco em hospitais, clínicas de urgência e emergência nas campanhas eleitorais. A acessibilidade à saúde primária é um problema, principalmente para as populações negras e indígenas.
O acesso a políticas públicas, principalmente em áreas como saúde e educação, é um problema nas duas cidades. A questão exige considerável atenção e recursos de gerentes e formuladores de políticas para garantir a equidade no acesso a serviços públicos. É essencial garantir que o debate sobre políticas públicas esteja centrado na inclusão, particularmente nas conversas sobre as eleições que se aproximam em 2024.