O secretário de segurança pública do estado do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, fez recentemente uma declaração alarmante: em 2021, 47% dos fuzis apreendidos nos municípios fluminenses são de origem norte-americana. Esta situação está levantando questões sobre o tráfico de armas Brasil-EUA e as políticas adotadas para combater este problema.
Dos Santos foi enfático em mencionar a complexidade do desafio, considerando-se que o Brasil possui uma extensa fronteira terrestre e marítima, com mais de 17 mil e 7,5 mil quilômetros, respectivamente. Esta vastidão territorial se torna um obstáculo significativo para controlar a entrada irregular de armamentos, especialmente em comparação com outros países que, mesmo tendo mais recursos que o Brasil, ainda sofrem para monitorar suas fronteiras.
Especificamente no caso dos EUA, muitos dos fuzis apreendidos são inicialmente exportados legalmente para outras regiões e então desviados para o Brasil. Por isso, é crucial estabelecer um relacionamento de trabalho mais estreito com agências internacionais como a ATF (Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos dos Estados Unidos), encarregada de fiscalizar e reprimir esses crimes.
Além disso, foi estabelecido um grupo de trabalho, composto por representantes das forças de segurança do estado e do Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), para aprofundar a compreensão da rota dos fuzis e investigar as finanças das organizações criminosas. Segundo Mario Luiz Sarrubbo, secretário nacional de segurança pública do MJSP, o objetivo não é apenas realizar operações policiais, mas entender a economia do crime em determinados territórios.
A compreensão profunda de como e de onde essas armas chegam ao Rio será essencial para lidar com a situação. Esta situação destacou mais uma vez a necessidade de combinar esforços na luta contra o tráfico de armas. O número impressionante de fuzis nas mãos do crime organizado no Rio reforça particularmente o foco nesse problema, que não pode mais ser ignorado. É hora de se mergulhar mais fundo e identificar os elos mais fracos em nossa luta contra a violência e o crime organizado.