A tenção se eleva em meio à investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco, conforme o ex-policial militar e réu confesso do crime, Ronnie Lessa, presta depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF). Numa revelação chocante, Lessa admitiu que sentiu náusea ao testemunhar um encontro entre o ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, e a família de Marielle em abril de 2018, poucas semanas após o brutal homicídio.
Segundo o ex-policial, a cena do ex-delegado abraçando a mãe de Marielle, e prometendo solucionar o crime, foi especialmente incômoda. Eu sou réu confesso, eu atirei na Marielle. Eu vi o Rivaldo abraçando a mãe da Marielle. Aquilo causou náusea em quem atirou. O sujeito deve ser estudado. A mente dele é para o mal, declarou Lessa.
A acusação envolvendo Rivaldo Barbosa se estende além desse encontro. Lessa acusa o ex-chefe da Polícia Civil de influenciar as investigações do crime e ter relações escusas dentro da delegacia de homicídios do Rio. Além disso, denomina-lo de Topa, referência à famosa expressão Topa Tudo por Dinheiro, insinuando corrupção.
O cenário é composto por outros réus que inclui Domingos Brazão, membro do Tribunal de Contas, Chiquinho Brazão, deputado federal, Rivaldo Barbosa e o major da Policia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos acusados de crimes como homicídio e participação em organização criminosa. Cada um respodendo pelos suas ações sob a custódia do estado.
Preso na penitenciária do Tremembé, em São Paulo, Ronnie Lessa relatou seu depoimento por videoconferência ao juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. As acusações contra os réus são tecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), a qual ainda visa questionar cerca de 70 testemunhas durante o curso da ação penal. No entanto, aguarda-se que os réus somente se manifestem ao final do processo.