No dia 7 de setembro de 1822, o Brasil formalizou sua independência de Portugal, um momento histórico que muitos brasileiros comemoram todos os anos como um símbolo de liberdade e autonomia. No entanto, a visão dos povos indígenas é substancialmente diferente. De acordo com vários representantes indígenas e pesquisadores da área, a independência proclamada naquele dia não se estendeu aos povos originários do país.
A professora aponta que o rompimento com o colonialismo não resultou na independência dos povos indígenas. Perseguições, escravidão e invasões territoriais continuaram a ocorrer mesmo depois de 1822, demonstrando que a soberania indígena ainda estava sendo desrespeitada. Além disso, mesmo após a independência, os direitos desses povos ainda não eram reconhecidos na Constituição do país.
O coordenador-geral da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo (Apoinme), que atua em uma região onde vivem mais de 213 mil indígenas, corrobora essa visão. “Até a data da Independência e pós-Independência não se falava em direitos dos povos na Constituição do país”, observa.
A soberania do povo indígena e seus direitos ainda são uma luta contínua e uma questão de crescente preocupação. A não demarcação adequada e a proteção de seus territórios, que são frequentemente explorados ilegalmente, são exemplos disso.
As críticas vão além do marco da Independência e apontam para a contínua negação dos direitos dos povos indígenas. A situação atual mostra que, mesmo após a Independência e a criação da Constituição Cidadã em 1988, os povos indígenas ainda lutam por seus direitos básicos e pela autonomia. Ações como o marco temporal e a crise de saúde da população Yanomami são apenas algumas das muitas batalhas que essas comunidades enfrentam.
Os estudiosos afirmam que a verdadeira independência ainda não foi alcançada pelos povos indígenas: “A libertação, para nós, só será decretada a partir de quando os nossos territórios forem demarcados, nossas lideranças forem reconhecidas como lideranças de fato, e o Estado reconhecer que estamos aqui muito antes de essa terra ser chamada Brasil.
No final das contas, fica claro que a história da independência brasileira ainda está em andamento para os povos indígenas. Eles ainda estão lutando para garantir seus direitos e liberdades e resistindo a vários formas de opressão e marginalização. A luta pela independência indígena continua a ser uma luta pela autonomia, reconhecimento e respeito.