A Estabilidade Cambial e a Bolsa de Valores: Uma Revisão do Mercado de Agosto

O cenário de incertezas nacionais e internacionais que permeou o mercado financeiro em Agosto fez com que a moeda norte-americana – o dólar – fechasse praticamente estável, apesar de duas intervenções do Banco Central. No entanto, paralelamente a isso, um fato positivo destaca-se: a Bolsa de Valores encerrou o dia com estabilidade, assinalando o melhor mês do ano.

A trajetória do dólar no período foi marcada por altos e baixos. A cotação começou o dia em R$5,633, aumentou para R$5,69, desacelerou após a segunda atuação do Banco Central, passou a tarde em torno de R$5,65, e finalmente, oscilou para a estabilidade ao encerramento das negociações. Dessa maneira, o dólar apresentou a marca de R$5,74 em meio a temores de uma recessão nos Estados Unidos e a possibilidade de queda na atividade econômica global.

Para lidar com a volatilidade, o Banco Central realizou duas intervenções no câmbio. A primeira ocorreu na manhã de sexta-feira, quando a autoridade monetária decidiu vender US$1,5 bilhão das reservas internacionais. A medida se configura na primeira atuação do tipo desde abril de 2022, pouco depois do início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Já no período da tarde, foi leiloado US$765 milhões em contratos novos de swap cambial tradicional.

Essas ações foram desenvolvidas com um objetivo claro: combater anormalidades no mercado de câmbio. Afinal, é comum que os investidores realizem ajustes em suas carteiras financeiras no último dia útil do mês, algo que impacta na taxa Ptax. Esta, por sua vez, é responsável pela conversão, em reais, da dívida pública em dólar e das reservas internacionais.

Enquanto isto, o mercado de ações vivenciou um dia de reajustes. O índice Ibovespa, da B3, alcançou a marca dos 136.004 pontos, com um recuo de 0,03%. Ainda assim, mesmo diante da instabilidade financeira, a bolsa encerrou o dia com uma alta de 6,54% no ano, registrando o melhor desempenho mensal desde novembro de 2023.

Apesar da turbulência, um sinal otimista surge no horizonte: a expectativa de queda de juros nos Estados Unidos a partir de setembro. Contudo, é importante considerar que o cenário ainda é fluido e suscetível às oscilações, tanto domésticas quanto internacionais.

Finalmente, questões como a inflação nos EUA — que permaneceu estável em 0,2% em julho — e o déficit primário revelado pela União, estados, municípios e estatais — a soma de R$ 21,348 bilhões, acima da expectativa de R$ 6 bilhões — também são aspectos determinantes para a formação do quadro econômico. Logo, estes devem ser acompanhados de perto para auxiliar nas tomadas de decisões dos investidores.

VEJA MAIS

Governo quer conectar todas Unidades de Saúde Indígena até 2026

O governo federal planeja interconectar todas as unidades de saúde indígena do Brasil até o…

Governo brasileiro lamenta naufrágio no Congo que deixou 148 mortos

O governo brasileiro manifestou solidariedade às famílias das vítimas do naufrágio de uma embarcação na…

Zelensky afirma que ataques da Rússia continuam apesar de trégua de Putin

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou neste sábado (19) que, segundo o principal comandante militar…