Um inovador mapeamento utilizando satélites com sensores ópticos descobriu uma extensão maior do que se imaginava de recifes de corais em águas rasas na costa leste do Brasil, totalizando 20,4 mil hectares. Esta pesquisa, realizada pela equipe de mapeamento da Zona Costeira do MapBiomas, evidencia claramente que a costa leste brasileira, devido a suas águas claras e pouca descarga sedimentar de rios, é um ambiente ideal para a proliferação de corais.
Incluído na Coleção 9 de mapas anuais de cobertura e uso da terra do MapBiomas, este estudo preliminar lançado recentemente em Brasília busca entender a extensão total dos recifes de corais no país. Essencialmente, esses dados vão servir como alicerces robustos para um futuro monitoramento mais abrangente. O objetivo é acompanhar diversos fatores ambientais influenciando este ecossistema, como a temperatura da água, equilíbrio dos ecossistemas e impactos decorrentes das mudanças climáticas nos serviços ecossistêmicos.
A necessidade de acompanhar as mudanças climáticas e seus efeitos nos recifes de corais é fundamental, uma vez que esses ecossistemas estão sofrendo com o aumento da temperatura média dos oceanos, o que acarreta no branqueamento e morte de corais. Em palavras do pesquisador Cesar Diniz, Estima-se que um quarto de toda vida marinha é dependente de corais em algum momento de sua vida. Logo, monitorar as condições coralíneas do país é absolutamente relevante a todos nós. Mesmo que não percebamos, todos estamos associados aos serviços ecossistêmicos prestados pelos recifes de corais.
Surpreendentemente, a pesquisa descobriu que a maioria dos recifes de corais, 72%, está localizada dentro das Unidades de Conservação Marinhas brasileiras. Só na Área de Proteção Ambiental (APA) Ponta da Baleia/Abrolhos, compreendida na zona costeira dos municípios de Alcobaça e Caravelas, sul da Bahia, foram identificados 33% dos ecossistemas. Essa descoberta corrobora a importância de manter e expandir os esforços de conservação ambiental na região, garantindo a sobrevivência e prosperidade deste ecossistema crucial para a biodiversidade marinha.