O impasse político na Venezuela tem crescido dia após dia desde o anúncio dos resultados das eleições presidenciais no dia 28 de julho. Este sábado (17) foi mais um dia de manifestações tanto contra quanto a favor do resultado eleitoral, anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, que consagrou Nicolás Maduro como presidente para mais um mandato.
Oposicionistas duvidando da legitimidade do resultado têm realizado atos em todas as partes do mundo, convocados pelas lideranças da campanha de Edmundo González, que alega ser o verdadeiro vencedor do pleito presidencial. Diversos países como Austrália, Espanha, Inglaterra e México hospedaram esses protestos, além de muitas cidades dentro da própria Venezuela.
Maria Corina Machado, líder do movimento, presidiu a manifestação principal na cidade de Caracas, venezuela. Com a participação de milhares de pessoas, o protesto ficou conhecido como “Grande Protesto Mundial pela Verdade”. A tática adotada pela oposição agora é exigir o respeito ao voto. Machado afirmou que o mundo e o povo da Venezuela precisam reconhecer que o presidente eleito é de fato Edmundo González.
A situação complicada da Venezuela se agrava com o aumento de denúncias de prisões arbitrárias no país que tem sido relatados pela oposição e organizações sociais. O número de prisões já ultrapassou 1,3 mil, e são contabilizados mais de 20 mortes em contexto de protesto pós-eleição. O governo, por outro lado, alega estar lutando contra grupos criminosos que causam desordem e vandalizam prédios públicos, lideranças chavistas e policiais. Esses conflitos resultaram na morte de 25 pessoas e deixaram 97 membros das forças de segurança feridos.
O candidato opositor, Edmundo González, expressou sua opinião através de vídeo nas redes sociais, afirmando que as manifestações representam a força necessária para garantir a decisão que milhões de venezuelanos tomaram no dia 28 de julho.
No outro extremo, atos de apoio a Nicolás Maduro também foram registrados em várias partes do país. Milhares de chavistas marcharam pelas ruas de Caracas em resposta aos protestos da oposição. A maior mobilização chavista percorreu o centro da capital venezuelana até o Palácio de Miraflores, sede do governo, com a participação de figuras de alta influência, como Diosdado Cabello, vice-presidente do partido governista PSUV, e Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional.
Na última quinta-feira (15), o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela anunciou que iniciará uma perícia em todo o material eleitoral gerado na eleição presidencial, em resposta aos desafios judiciais provocados por reclamações de fraude eleitoral. Isso significa que a vitória do presidente Maduro continua sendo fortemente questionada por várias partes, incluindo organizações internacionais de observadores e vários países. Quanto ao presente cenário de tensões crescentes e iminente instabilidade na Venezuela, a resolução deste impasse político continua incerta.