Na madrugada deste sábado (17), o Brasil acordou com a triste notícia da perda de um dos seus maiores nomes na televisão – o apresentador e empresário Silvio Santos. Sua morte, decorrência de uma broncopneumonia após uma infecção por Influenza (H1N1), deixou um irrefutável vazio no panorama do entretenimento e jornalismo brasileiro.
Desde os anos 50, filiado ao Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Silvio Santos tem sido uma figura instrumental na introdução e implementação de práticas de jornalismo inovadoras. Ele contribuiu significativamente para a incorporação de um âncora em telejornais, um jornalista que não apenas apresenta as notícias, mas também comenta e analisa-as, proporcionando ao público uma contextualização mais profunda de eventos atuais.
Jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), como Albino Castro, que teve a oportunidade de trabalhar ao lado de Silvio Santos no SBT por 12 anos, são testemunhas da influência marcante que ele tem sobre o jornalismo brasileiro. “Ele nos ajudou a criar o primeiro jornal ancorado. Ele nos ajudou a fazer o primeiro jornal apresentado por um âncora no Brasil, que foi o Telejornal Brasil, o TJ Brasil, com Boris Casoy”, lembra Castro.
O legado de Silvio Santos não ficou restrito ao papel do âncora. Ele ainda foi responsável pela inclusão do primeiro telejornal com uma mulher como âncora em seu conteúdo com a jornalista Lillian Witte Fibe no Jornal do SBT. Além disso, ainda contribuiu para o desenvolvimento do programa de cunho policial, Aqui Agora.
Silvio Santos também propôs mudanças significativas na estrutura convencional de telejornais. Defendeu a ideia de não dividir estritamente o telejornal em diferentes seções ou editorias, uma prática então comum que seguia o modelo de jornais impressos. Segundo seu ponto de vista, todas as notícias poderiam ser combinadas de maneira semelhante à capa de um jornal, desconsiderando a necessidade de seções de esporte, internacional ou economia separadas.
Silvio Santos, nascido em 1930 no Rio de Janeiro, deixa a esposa Íris, duas filhas do primeiro casamento, quatro filhas do segundo casamento, além de netos e bisnetos. O icônico apresentador e empresário será lembrado não apenas por seu carisma e entusiasmo inigualáveis, mas também por sua contribuição sem precedentes para o jornalismo televisivo brasileiro.
