Em um importante passo para a transparência das eleições na América Latina, o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou, nesta sexta-feira (16), uma resolução sobre a situação política na Venezuela. Esta resolução demanda principalmente a divulgação das atas da polêmica eleição que levou o presidente Nicolás Maduro ao poder.
Vale notar que muitos atores políticos e organizações internacionais, junto com países como o Brasil, questionam a legitimidade dos resultados eleitorais. A resolução norte-americana encontrou amplo apoio entre os membros da OEA, incluindo Antígua e Barbuda, Argentina, Canadá, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, República Dominicana, Suriname e Uruguai.
Articulada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, a resolução exige a publicação rápida das atas com os resultados da votação de todas mesas eleitorais. Ela também insta por uma verificação imparcial dos resultados, assegurando sua transparência, credibilidade e legitimidade.
Esta ação corrobora a tentativa de manter a integridade do processo eleitoral venezuelano. Ela pede a conservação de todos os equipamentos de votação, incluindo as urnas eletrônicas e votos impressos. Em meio a acusações de fraude eleitoral e ataques cibernéticos contra o CNE, a resolução busca esclarecer quaisquer anomalias e garantir o processo democrático.
Esses acontecimentos ocorrem num contexto em que a legitimidade do segundo mandato de Maduro é amplamente contestada. A oposição, liderada por Edmundo González, reivindica mais de 80% das atas eleitorais, recolhidas por fiscais durante a votação, que sugeririam uma vitória esmagadora do candidato oposicionista, com aproximadamente 70% dos votos.
OEA também reconheceu a participação substancial e pacífica do eleitorado venezuelano durante a votação. Além disso, pedido de proteção às instalações diplomáticas, onde possíveis refugiados políticos possam buscar abrigo, enfatiza a crescente preocupação da OEA com os direitos humanos na Venezuela.
Esta resolução é, de fato, um marco na luta pela democracia na Venezuela. Reitera o compromisso da OEA em instaurar a paz no país, repudiando qualquer conduta que possa comprometer uma solução pacífica. É um apelo claro por justiça, transparência e respeito aos direitos humanos em uma Venezuela cada vez mais fatigada.