A tributação sobre grandes fortunas tem sido um tema chave no G20 Social, um forum de discussão que tem lugar no Rio de Janeiro. O evento marca uma importante etapa no diálogo sobre essa questão apoiada pelo governo brasileiro. Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, uma discussão mais aprofundada deste tópico poderia levar a uma proposta mais refinada e eficaz.
Macêdo ressalta que esta questão de tributação de grandes fortunas já faz parte das discussões entre a sociedade civil organizada e os grupos de engajamento. Mais importante ainda, está previsto que estará no documento final aprovado pelo representantes da sociedade civil. Ele sugere que essa proposta poderia fortalecer a posição do governo brasileiro ou talvez melhorar, incluindo variáveis operacionais que ainda não foram consideradas.
No cerne deste debate está a extrema concentração de riqueza global. Com apenas cerca de 300 pessoas no mundo detendo uma quantidade de riqueza que poderia alimentar mais de 350 milhões de famintos, está claro que não se pode mais tolerar tal nível de desigualdade. Esta é uma das prioridades do governo brasileiro que assumiu a presidência do G20 em dezembro do ano passado.
Embora o Brasil defenda a coordenação global para a adoção de um imposto mínimo sobre os super ricos, existem resistências. Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos, por exemplo, acredita que os indivíduos de alta renda devem pagar um valor justo, mas não vê a necessidade de um pacto global, sugerindo que deve ser responsabilidade de cada governo lidar com esta questão internamente. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, argumenta que sem uma coordenação global, pode haver uma guerra fiscal entre países.
Macêdo, que é o coordenador do G20 Social, ressalta que a proposta da tributação tem sido abordada sob diferentes ângulos. Ele menciona debates entre jovens, questionando como a taxação de grandes fortunas pode financiar políticas públicas para a juventude.
Um evento importante será a Cúpula Social do G20, acontecerá em novembro no Rio de Janeiro, onde o documento final do G20 Social será apresentado aos governos de todas as nações do grupo. Macêdo acredita que esta iniciativa se alinha com os princípios democráticos do governo federal e defende que a sociedade civil de todos os países seja chamada para discutir sobre a reforma dos organismos globais.
Finalmente, a opinião da juventude também tem peso nos debates. A presença da juventude é salientada na Cúpula do Y20, que reúne jovens dos países membros do G20. A declaração final deverá ser apresentada e será o resultado do consenso das delegações participantes, tendo em vista questões como combate à desigualdade e à fome, transição energética, reforma da governança global, empreendedorismo e diversidade no mercado de trabalho.