A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou em uma coletiva de imprensa na quarta-feira passada (14), que o Ministério da Saúde instituirá um Comitê de Operação de Emergência para lidar com a disseminação da doença mpox, que vem alarmando as autoridades de saúde em todo o mundo.
A realização deste movimento foi motivada após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar recentemente que a atual disseminação da mpox em alguns países africanos se configura como uma emergência de saúde pública de importância internacional. Esta declaração considera o perigo da propagação global da doença e o possível surgimento de uma nova pandemia. Entretanto, a ministra ressalta que o Brasil está em estado de vigilância, e não de pavor.
Nós adotaremos um Comitê de Operação de Emergência que envolverá várias instituições, como o Ministério da Saúde, a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], além dos conselhos de secretários municipais e estaduais de saúde. Estamos monitorando de perto a evolução dessa doença há algumas semanas, e iremos deliberar questões relacionadas à vacinação. O momento atual é de atenção, mas não de alarme, afirmou a ministra.
O plano de ação envolve a aquisição de testes de diagnósticos, a emissão de alertas para viajantes e a atualização do plano de contingência de saúde pública. No momento, não há previsão de uma campanha de imunização em massa contra a mpox.
Em relação ao panorama atual da doença no Brasil, o ministério relata que nossa situação é de baixo risco. Em 2024, foram notificados 709 casos de mpox no Brasil e ocorreram 16 óbitos, sendo o mais recente em abril do ano passado. Já em uma escala global, este ano, os casos de mpox já ultrapassaram o total de notificações de 2023, somando mais de 14 mil casos e 524 mortes.
A mpox é uma doença viral, zoonótica, que pode se propagar para humanos através do contato com animais selvagens infectados, humanos com o vírus ativo ou materiais contaminados. Os sintomas incluem erupções na pele, linfonodos inchados, febre, dores físicas, dor de cabeça, arrepios e fraqueza, entre outros. As lesões, que podem variar de alguns a milhares, são geralmente planas ou ligeiramente elevadas, com conteúdo claro ou amarelado, e tendem a concentrar-se no rosto, palmas das mãos e solas dos pés.