O cenário político complexo da América Latina voltou a concentrar o foco de Washington D.C. e Brasília nesta semana. O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente da Colômbia, Gustavo Petro, mantiveram uma conversa telefônica na quarta-feira, no dia 14, debatendo principalmente sobre o cenário conturbado da Venezuela e suas recentes eleições.
Os resultados dessas eleições, que ocorreram no final de julho e reelegeram o atual presidente venezuelano Nicolás Maduro, têm sido amplamente contestadas tanto pela oposição quanto por uma série de países internacionalmente. A ligação entre Lula e Petro foi um esforço para encontrar uma ‘saída política’ à situação de impasse que se vive na Venezuela.
Lula revelou durante um evento do governo federal com representantes do setor industrial da saúde que a intenção da conversa era buscar uma solução política para o impasse, com o objetivo de restabelecer a tranquilidade democrática no país venezuelano.
Este telefonema entre Lula e Petro aconteceu um dia após o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, decidir se afastar da mediação que mantinha com o Brasil e a Colômbia para tentar resolver a crise venezuelana. Em uma conferência de imprensa na Cidade do México, Obrador afirmou que aguardará a análise do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela sobre a contestação do resultado da eleição.
Brasil, México e Colômbia trabalhavam juntos para solicitar a publicação pública dos resultados de cada uma das 30 mil mesas de votação da eleição presidencial na Venezuela. Também foi solicitado que as autoridades venezuelanas tratassem com cautela e moderação as manifestações que ocorreram no país a partir do momento do encerramento das eleições.
Agora, depois de Obrador decidir se afastar da mediação, Brasil e Colômbia, que detêm as fronteiras mais estendidas com a Venezuela, decidiram manter a tentativa de alcançar um novo acordo político entre o governo de Maduro e a oposição.