O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará o Chile na próxima semana com uma agenda abrangente que visa a assinatura de mais de 15 acordos bilaterais. A iniciativa sublinha o ímpeto brasileiro para diversificar a parceria com o Chile além do comércio e ampliar a variedade de produtos exportados pelo Brasil.
Lula estará acompanhado por ministros, assessores, funcionários do governo federal e cerca de 200 empresários brasileiros que embarcarão para Santiago para participar do Fórum Empresarial Chile-Brasil, que acontece simultaneamente à agenda presidencial.
A embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), ressaltou que a visita simboliza a reaproximação diplomática entre os dois países, marcando uma nova fase após a posse do presidente Gabriel Boric, em março de 2022.
Segundo a secretária, a visita não se limitará à agenda econômica e comercial, com foco ampliado para campos como ciência e tecnologia, defesa da democracia e direitos humanos, educação, inovação e saúde. Para ela, essa ampla agenda destaca a intenção de aprofundar uma amizade entre ambos os países que ultrapassa os limites do comércio.
O Brasil tem interesse particular em discutir com o Chile questões relacionadas a defesa – uma área na qual os dois países têm uma parceria histórica na fabricação de aeronaves – e a expansão de produtos agrícolas exportados ao Chile. Por outro lado, o Chile está pronto para discutir aspectos como segurança, combate ao crime, gerenciamento de desastres naturais e segurança cibernética.
A embaixadora ainda destacou que Lula e Boric têm pontos de vista convergentes em uma série de questões globais, como democracia, integração regional, meio ambiente, direitos humanos, inclusão social e a questão da Palestina. Essa convergência de visões torna o diálogo político entre eles fundamental.
O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou que 17 acordos de cooperação estão prontos para serem assinados durante a visita. Isso incluirá acordos em áreas sociais e de direitos humanos, como saúde pública, política de cuidados, gestão de recursos hídricos e meio ambiente, e direitos humanos. Acordos comerciais e de investimento também estão previstos, com foco no fortalecimento das relações de exportação, certificação de produtos orgânicos e estímulo ao turismo.
As relações entre Brasil e Chile têm uma longa história, com mais de 188 anos de interações diplomáticas e mais de 90 acordos bilaterais em vigor. O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile e o maior destino dos investimentos chilenos em todo o mundo. O Chile é o sexto maior destino das exportações do Brasil, continuando a crescer como uma relação de benefício mútuo para ambos os países.