Por que a vacina contra a Covid-19 não é anual como a da gripe?

Em 31 de dezembro fará 5 anos que a Organização Mundial da Saúde foi notificada sobre os casos de coronavírus em Wuhan, na China. Apesar de parecer muito tempo, no entanto, faltam diversas informações a se entender sobre o quadro, inclusive sobre a vacinação para sua prevenção, que é mais recente.

Desde a sua criação, a vacina contra a Covid-19 tem sido uma das principais ferramentas para conter a propagação do vírus e reduzir casos graves e mortes pela doença. No entanto, enquanto a vacina contra a gripe segue um esquema anual bem estabelecido, a imunização contra a Covid-19 não é administrada com a mesma regularidade. Mas por que tem essa diferença?

A resposta, segundo os especialistas, está na natureza de cada vírus.

O coronavírus, embora tenha mutações, mantém características que as vacinas atuais conseguem combater com eficácia. Já o vírus da influenza sofre mutações mais rápidas e frequentes, exigindo atualizações anuais da vacina para garantir a mesma proteção.

“A principal razão é que o comportamento do vírus da Covid-19 (SARS-CoV-2) ainda está sendo monitorado e não segue um padrão sazonal tão bem definido quanto o da gripe, que ocorre predominantemente no inverno. O SARS-CoV-2 sofre mutações frequentes, mas de forma menos previsível que o vírus influenza”, explica Filipe Piastrelli, infectologista e coordenador do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A necessidade de adaptação das vacinas para Covid-19 está em estudo, mas, até agora, os reforços têm sido recomendados de forma mais espaçada, conforme os dados epidemiológicos. Apenas grupos específicos devem seguir o esquema de vacinação anual contra a doença.

Frequência vacinal: quantas doses devo tomar?

Um levantamento do Ministério da Saúde aponta que muitas pessoas interromperam o esquema vacinal após a terceira dose, deixando de completar o ciclo de imunização com as doses de reforço.

Veja como é o esquema vacinal contra Covid-19:

  • Bebês: 1ª dose aos seis meses e dose de reforço após quatro meses.
  • Crianças: a partir de 5 anos – uma dose
  • Gestantes: uma dose durante a gestação, e caso isso não aconteça, precisam se vacinar durante o puerpério.
  • Idosos acima de 60 anos: devem reforçar a vacinação a cada seis meses
  • Pessoas com imunodeficiência: devem reforçar a vacinação a cada seis meses

“A proteção oferecida pelas vacinas contra a Covid-19 diminui com o tempo, especialmente contra formas leves da doença. Por isso, tomar a quarta dose é importante para aumentar a proteção, especialmente contra formas graves, hospitalizações e óbitos. Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda as doses de reforço principalmente para grupos prioritários, como idosos, gestantes, pessoas imunocomprometidas e aquelas com comorbidades. Para esses grupos, tomar a quarta dose é essencial. Já para a população geral, a recomendação pode variar conforme idade e risco individual”, acrescenta Piastrelli.

Por que seguir se vacinando?

De acordo com os especialistas ouvidos pela CNN, mesmo na fase atual, existem vantagens importantes em manter o esquema vacional contra Covid-19:

  • Manter o esquema vacinal em dia é essencial para:
  • Reduzir o risco de casos graves e internações;
  • Proteger aquelas pessoas mais vulneráveis;
  • Diminuir a circulação do vírus

Embora a Covid-19 tenha se tornado menos letal com a ampliação das vacinas, ela ainda representa uma ameaça, especialmente para quem não está com a imunização completa.

“O vírus passou a ter uma agressividade menor pois ele também está se adaptando ao ser humano. Mas infelizmente essa adaptação é parcial, a mutação vai acontecendo, as vacinas não protegem totalmente por causa da mudança do vírus. Então o ideal é quando a pessoa tiver a oportunidade, ela se vacine”, acrescenta Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury.

XEC: tudo o que já se sabe sobre nova variante da Covid-19

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