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Rússia acusa Ucrânia de atacar carro usado pela ONU para levar especialistas

A Rússia acusou as forças armadas ucranianas, nesta quarta-feira (11), de atacar um carro usado para transportar especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) na terça-feira (10), alegando que alguém poderia ter morrido.

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, afirmou no dia do incidente que um drone atingiu e danificou gravemente um veículo oficial da agência na estrada para a usina nuclear de Zaporizhzhia, controlada pela Rússia, na terça-feira, mas que não houve vítimas.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy falou que o ataque foi feito pelos russos de forma deliberada e que mostrou como Moscou tem total desrespeito às leis e instituições internacionais.

Mas o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em uma declaração nesta quarta-feira, declarou que a Ucrânia foi responsável pelo ataque ao veículo.

“Um veículo da AIEA usado para transportar especialistas do Secretariado da agência foi atacado em território controlado por Kiev”, comunicou o ministério. “Às 16h37, a Ucrânia atacou um comboio russo que retornava do assentamento de Kamenskoye, após ter entregue especialistas da AIEA à linha de contato”.

A pasta ainda condenou a ação, “compartilhamos a indignação da liderança da agência (AIEA) com essas ações provocativas e imprudentes do regime em Kiev, que não apenas continua a cometer crimes ao ameaçar e atacar instalações nucleares russas, mas também ousa colocar a equipe de uma organização internacional e o pessoal militar russo em rotação em perigo mortal”.

A Rússia capturou a usina de Zaporizhzhia, a maior usina nuclear da Europa, logo após suas forças entrarem na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Desde então, cada lado na guerra de 33 meses acusa o outro de bombardear o local e colocar em risco a segurança nuclear.

Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada.

A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.

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