Eulália Maria Lobo, nascida há um século no Rio de Janeiro, foi uma mulher notável que marcou a sua época e a história do Brasil. Sua contribuição para a academia brasileira e a defesa vigorosa dos direitos do cidadão durante os tempos sombrios da ditadura militar têm validado a homenagem póstuma que ela continua a receber em seus 100 anos de nascimento.
Eulália Lobo foi uma das principais professoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), conhecida por seu olhar inovador sobre a história econômica e social do país. Ela inovou ao expandir as fronteiras da história econômica ao se atentar para as transformações pragmáticas que incorporam a vida das pessoas. Ela publicou mais de 150 textos e apresentações, com destaque para os que foram forjados no contexto da ditadura militar.
Em 1969, três militares armados invadiram sua casa com a suspeita de que ela iria revelar a situação política do Brasil a um dignitário estrangeiro. Ficou detida por uma semana, mas sua coragem nunca vacilou. Ela desafiou os militares, questionando o papel distorcido que desempenhavam em uma sociedade que deveriam estar protegendo. Ela questionou o motivo pelo qual o mesmo Exército que lutou pela abolição da escravidão e proclamou a República estava agora agindo contra os próprios cidadãos.
Seu legado ressoa ainda hoje em sua importante contribuição para a pesquisa em história, com seu trabalho sendo reavaliado regularmente e com novas edições de suas obras continuando a serem publicadas. A Universidade Federal Fluminense (UFF) continua a celebrar o trabalho pioneiro de Eulália, destacando o impacto de sua visão diferenciada e destacando seu lugar na vanguarda da produção historiográfica brasileira.
Com seu olhar econômico e social sobre o Rio e a vida das pessoas, suas pesquisas são uma referência para muitos estudiosos. Seu enfoque na análise detalhada do processo sócio-econômico do Rio de Janeiro e nos trabalhadores brasileiros têm sido aclamados como revolucionários. Os professores reconhecem o pioneirismo de Eulália, não apenas no estudo da história econômica, mas também na do trabalho, e afirmam que suas pesquisas e ensinamentos foram fundamentais para a historiografia brasileira.
Sua postura desafiadora e avanços acadêmicos como a primeira doutora em História em nosso país, seu compromisso com a justiça e o tratamento humano, tudo isso consolidou seu legado como uma força a ser reconhecida no campo acadêmico e além. Isso continua a inspirar e encorajar muitos estudantes e pesquisadores, especialmente mulheres, a forjar seu próprio caminho na pesquisa e na ciência.