Uma análise à problemática do tráfico de armas no Brasil revelou dados alarmantes; o secretário de segurança pública do estado do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, informou recentemente que praticamente metade dos fuzis apreendidos na região (47%) são oriundos dos Estados Unidos. Isso levanta questões sobre a complexidade e a extensão das rotas de tráfico de armas e como lidar com essas questões numa escala tão grande.
Os Estados Unidos, sendo considerado o maior produtor mundial de armas, desponta como a origem de grande parte das armas ilegais que inundam o mercado fluminense. No entanto, o caminho que essas armas percorrem até chegar ao Brasil não é simples e direto. De acordo com o secretário Victor dos Santos, muitas dessas armas vão de forma legal para outros países e são posteriormente desviadas para o Brasil.
A vasta extensão territorial do Brasil torna este um desafio complicado de ser enfrentado, visto que com mais de 17 mil quilômetros de fronteira seca e 7,5 mil quilômetros de fronteira marítima, a tarefa de monitorar a entrada de armas ilegais é hercúlea. Comparando com outros países que têm dificuldades de controle fronteiriço, apesar de recursos financeiros mais robustos, fica mais explícito a magnitude do desafio brasileiro.
Para endereçar esta questão, o Brasil está procurando dialogar com todos os países identificados como ponto de partida por essas armas ilegais. O objetivo é criar uma colaboração intergovernamental para traçar origens, rotas e, finalmente, colocar um fim ao fluxo ilegal de armas para o solo brasileiro.
Complementando, forças de segurança do estado e representantes do Ministério da Justiça e da Segurança Pública formaram um grupo de trabalho objetivando aprofundar o entendimento sobre a rota dos armamentos. Focado também na investigação das finanças das organizações criminosas, este grupo busca desmantelar estas redes e retomar os territórios dominados pela economia do crime.
A luta contra o tráfico de armas é ampla e multidimensional. Demanda tanto ações investigativas detalhadas quanto colaborações internacionais. Com o fuzil se tornando cada vez mais um símbolo de poder e controle territorial, o enfrentamento desse problema deve ser cada vez mais qualificado e intransigente.