Mais de seis anos após o brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018, o caminho para a justiça parece finalmente estar se apresentando. Os ex-policiais militares, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de serem os autores do crime, irão a júri popular na quarta-feira, 30 de outubro. Esta data foi estabelecida pelo juiz Gustavo Kalil, do 4º Tribunal do Júri, durante uma reunião especial ocorrida no Fórum Central do Rio.
Este julgamento tem sido aguardado pela comunidade global, uma vez que o assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL e uma defensora incansável de mulheres, negros e lgbtq+, foi considerado um ataque à democracia. O crime ocorreu quando ela voltava de um encontro de mulheres negras, seu carro foi alvejado e ela e o motorista Anderson Gomes, foram fatalmente atingidos.
O processo até chegar ao julgamento foi repleto de reviravoltas e obstruções. Após uma massiva investigação que envolveu múltiplas instâncias policiais, Lessa e Queiroz foram presos. Além deles, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes dos assassinatos, também foram presos. No entanto, o julgamento deste caso tramita no Supremo Tribunal Federal.
A busca pela justiça tem sido árdua. O Instituto Marielle Franco, vê o marcado julgamento como um momento decisivo na luta por justiça que já dura 78 meses ou mais de 2000 dias. O cenário é sem dúvida desafiador, ao considerarmos que o Brasil é um dos lugares mais perigosos para os defensores de direitos humanos, como Marielle.
As famílias das vítimas e organizações como a Anistia Internacional, aguardam que a justiça seja definitivamente feita. Esperam ansiosamente que, além dos responsáveis por tirar a vida de Marielle e Anderson, todos aqueles que obstruíram as investigações também sejam devidamente punidos.
Enquanto a justiça aguarda nas salas de tribunal, a mobilização popular não para. Neste domingo (27), a família de Marielle Franco celebrará uma missa no Cristo Redentor. O Instituto Marielle Franco, a Anistia Internacional e outras organizações, irão realizar um ato ao amanhecer, em memória de Marielle Franco e Anderson Gomes, em frente à sede do Tribunal de Justiça do Rio no dia do julgamento. A família de Marielle também irá participar deste evento crucial, onde faixas e cartazes exigirão justiça e reparação.
A notícia do julgamento é, sem dúvida, um passo a frente na busca pela justiça e traz consigo a esperança de que a violência sistemática contra as minorias possa, um dia, ser totalmente erradicada no Brasil.
