O aguardado julgamento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, ex-policiais militares acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, finalmente será realizado na próxima quarta-feira (30). Esse caso, que tem sido seguido de perto pela população brasileira e organismos internacionais, é um capítulo crucial na incessante busca por justiça que já dura mais de seis anos.
Marielle, que representava uma voz poderosa para os grupos marginalizados na política brasileira, foi brutalmente assassinada no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018. Anderson também perdeu a vida nesse chocante incidente, que foi categorizado como um ataque à democracia e ressoou em escala global.
A investigação para esclarecer as circunstâncias deste crime tomou muitos caminhos, com diversos desdobramentos e reviravoltas, desde a prisão dos ex-PMs até a apreensão dos supostos mandantes, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além do ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa. As implicações desse crime e a extensão dos envolvidos persistem como uma prova da complexidade do sistema judiciário brasileiro, que será posta à prova nesse júri popular.
Enquanto os olhos do Brasil e do mundo se voltam para o julgamento, organizações como o Instituto Marielle Franco e a Anistia Internacional veem esta instância como um passo determinante na busca pela justiça, salientando que, para se alcançar a verdadeira justiça, todos os responsáveis pela planejamento, execução e obstrução investigativa desse crime devem ser responsabilizados.
O Brasil, infelizmente, continua sendo um dos lugares mais perigosos para os defensores dos direitos humanos. Este julgamento será um importante reflexo de como o país lida com casos de violência contra ativistas e ambientalistas, cujas mortes aumentam alarmantemente.
Às vésperas deste momento decisivo, várias ações estão sendo realizadas em memória de Marielle e Anderson, incluindo uma missa no Cristo Redentor e um manifesto em frente à sede do Tribunal de Justiça do Rio. Essas atividades reafirmam a demanda por justiça e reparação, consolidando o legado de Marielle como uma incansável lutadora pelos direitos humanos.
Este júri popular certamente será um acontecimento histórico no Brasil, que exige mais transparência, efficiência e integridade do sistema de Justiça. Representa não apenas a conclusão de um caso, mas também a oportunidade de um novo começo na luta pela justiça e igualdade no país.