Seis anos após o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o júri popular marcará o início de uma nova etapa na busca por justiça. Agendado para a próxima quarta-feira (30), o veredito dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz será um divisor de águas neste caso que comoveu o Brasil e ganhou atenção internacional.
Os acusados estarão sob a responsabilidade do juiz Gustavo Kalil, titular do 4º Tribunal do Júri, que decidiu a data após uma reunião especial com representantes do Ministério Público, a defesa dos réus, e os assistentes de acusação. Em uma tentativa de preservar a ordem durante o julgamento, apenas pessoas que participarão efetivamente do júri foram convidadas a marcar presença em plenário.
Marielle Franco foi brutamente assassinada na noite de 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Ela e seu motorista, Anderson Gomes, retornavam de um evento de mulheres negras quando foram mortos a tiros. O crime, que foi categorizado como um atentado à democracia, desencadeou uma complexa investigação policial que, eventualmente, levou à prisão de Lessa e Queiroz.
Tendo se posicionado em prol dos direitos das mulheres, dos negros e da comunidade LGBTQIAPN+, a morte de Marielle simbolizou a necessidade de lutar por justiça no Brasil. Organizações, como o Instituto Marielle Franco e a Anistia Internacional, que acompanham o caso, descrevem este julgamento como um passo crucial em direção à justiça.
Ainda conforme relatos da Anistia Internacional, o Brasil figura como um dos locais mais perigosos para defensores dos direitos humanos. Diante dessa realidade alarmante, a ONG destaca a necessidade de o Brasil tomar medidas para prevenir a repetição de tais casos.
Neste domingo (27), a família de Marielle Franco organizará uma missa no Cristo Redentor, visando honrar a vereadora. Além disso, no dia 30 de outubro, o Instituto Marielle Franco, a Anistia Internacional e outras organizações realizarão um ato clamando por justiça enquanto o júri analisa as evidências e decide o destino dos acusados.
Dada a dimensão deste caso, o julgamento de Lessa e Élcio é mais do que uma questão de justiça para as vítimas individuais: representa uma oportunidade para o Brasil movimentar-se em direção a uma sociedade mais segura e justa para seus cidadãos.