A comunidade indígena Pataxó da Terra Indígena (TI) Comexatiba localizada em Prado, na Bahia, vem enfrentando um cenário de violência e especulação imobiliária. O território cobiçado por grileiros e pelo mercado imobiliário tem sido centro de constantes conflitos desde o último dia 21, com os Pataxó se organizando para defender a área de interesse dos especuladores.
Uma das principais fomentadoras dessa especulação é o vereador Brênio Pires (Solidariedade), que tem feito anúncios em seu perfil no Instagram de um dos empreendimentos que planejam erguer a partir dos loteamentos irregulares. Segundo os Pataxó, essa apropriação indevida de terras tem sido facilitada por uma decisão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que destinou a parte do território reivindicado pelos indígenas para um assentamento.
Os processos de demarcação, que são fundamentais para impedir essas atitudes, estão parados desde 2015, levando a uma situação desfavorável para os Pataxó e criando um cenário propício para a violência e a exploração irregular da terra.
Os Pataxó têm ressaltado que a luta pela terra é mais do que uma questão de sobrevivência: ela é necessária para a preservação de sua cultura e também para a proteção do equilíbrio ambiental da região. Durante uma manifestação pacífica, a comunidade encontrou uma máquina derrubando mata nativa, além de uma carvoaria e um depósito de entulhos na área, ambos pertencentes ao grupo que invade o território.
A comunidade também destaca o caráter pacífico de seu protesto, contrapondo-se à violência que tem sofrido daqueles que disputam o território com eles. Contudo, tiveram uma surpresa desagradável numa ação recente quando foram surpreendidos por uma máquina que estava derrubando capoeira alta, um tipo de mata nativa da região. Além disso, dizem ter encontrado uma carvoaria e um depósito de entulhos ali, ambos pertencentes ao grupo que invade a Terras Indígenas.
A luta da comunidade Pataxó é emblemática da situação de muitas comunidades indígenas no Brasil que têm seus territórios ameaçados por interesses econômicos. As lutas pela demarcação de terras indígenas, proteção ambiental e direitos culturais andam lado a lado, sendo fundamental para a continuidade dessas culturas e para a preservação do equilíbrio ambiental de áreas que estão sob crescente pressão dos interesses comerciais.