Desafios Globais: Emissões e Aquecimento – Como Atenuar os Impactos Climáticos Até 2035

O recente relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), alerta para o possível aquecimento global de 3,1ºC a 3,6ºC devido às atuais emissões de gases do efeito estufa. Essas projeções demonstram a grave situação que o mundo enfrenta com relação às mudanças climáticas.

De acordo com o Relatório sobre Lacuna de Emissões 2024, a meta de manter o aquecimento global em 1,5 grau Celsius (ºC) ainda é possível, mas para isso, os países precisariam reduzir as atuais emissões de gases do efeito estufa em 42% até 2030, e posteriormente, em 57% até 2035. Contudo, os compromissos até agora assumidos pelos signatários do Acordo de Paris, não estão sendo cumpridos, o que colocaria a meta de 1,5ºC acima do período pré-industrial em risco.

António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ressalta que precisamos agir agora, durante a próxima rodada de negociações na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), pois, definitivamente, não há mais tempo. Estamos sem tempo. Fechar a lacuna de emissões significa fechar a lacuna de ambição, a lacuna de implementação e a lacuna financeira, reforça Guterres.

As metas incondicionais, ou seja, que devem ser obrigatoriamente cumpridas, e as que foram condicionadas à disponibilidade de financiamento internacional, não estão sendo efetivadas como deveriam e isso poderia levar à um aumento de temperatura de até 2,6°C até 2030. Enquanto isso, as políticas atuais poderiam levar a um aquecimento global de até 3,1°C.

O relatório da ONU também destaca que as emissões de gases do efeito estufa precisariam diminuir 28% até 2030 e 37% até 2035 para limitar o aquecimento global em menos de 2ºC. Essa proposta ainda envolve o recorde de 57,1 gigatoneladas de CO₂ equivalente em emissões, atingido em 2023.

A intensificação das emissões tem um reflexo direto nos desastres climáticos cada vez mais frequentes e intensos, alerta o relatório. Emissões recordes significam temperaturas marítimas recordes que potencializam furacões monstruosos; o calor recorde está transformando as florestas em barris de pólvora e as cidades em saunas; chuvas recordes estão resultando em inundações bíblicas, informa Guterres.

Para mitigar esse cenário preocupante, a ONU sugere ações como a implementação de tecnologias solares e eólicas na geração de energia, que pode reduzir as emissões em 27% até 2030 e 38% até 2035. A utilização de melhores práticas de gestão de florestas, com a diminuição do desmatamento e o aumento do reflorestamento, podem reduzir as atuais emissões em 19% até 2030 e 20% até 2035.

No entanto, tais ações requerem um significativo investimento financeiro. O relatório calcula que seriam necessários de US$ 0,9 a 2,1 trilhões por ano, de 2021 a 2050, para alcançar emissões líquidas zero em 2050. No entanto, apesar de substancial, tais números são gerenciáveis no contexto atual da economia global e dos mercados financeiros, que movimentam quase US$ 110 trilhões, como destaca o relatório da ONU.

Em suma, o cenário atual desafia os países a se comprometerem mais intensamente em suas metas de redução de emissões, em um esforço conjunto para combater as consequências cada vez mais graves e evidentes das mudanças climáticas.

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