Em uma reunião do Brics comandada por Putin, o presidente Luis Inácio Lula da Silva reforçou a necessidade de criar métodos alternativos para transações comerciais entre os países do bloco. O Brics, um agrupamento de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, realizou recentemente sua 16ª Cúpula de Líderes em Kazan, Rússia, com Lula participando por videoconferência de Brasília.
Lula argumentou que a criação de meios alternativos de pagamento ajudaria a reduzir as vulnerabilidades de tais nações e as assimetrias dentro do sistema financeiro global. Além disso, o presidente abordou tópicos recorrentes em seus discursos internacionais, como o combate às mudanças climáticas e à fome, a crítica às guerras no Oriente Médio e na Europa Oriental, e a defesa da tributação dos super-ricos.
Esta é a primeira vez que a cúpula do Brics conta com a presença de cinco novos membros: Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia. A discussão na cúpula de Kazan se concentrou principalmente na redução da dependência do dólar nas transações comerciais entre os países do bloco e no fortalecimento das instituições financeiras alternativas ao FMI e ao Banco Mundial, que são predominantemente controlados por potências ocidentais.
Lula citou a criação do Mecanismo de Cooperação Interbancária, que estabelecerá linhas de crédito na moeda local, reduzindo os custos de transação para pequenas e médias empresas. Ele também destacou o trabalho do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, que tem investido na infraestrutura necessária para fortalecer nossas economias e promover uma transição justa e soberana.
O potencial econômico e social dos países do Brics foi lembrado, assim como a mobilidade social ascendente em suas sociedades. Lula criticou as guerras em andamento no mundo e também reafirmou a necessidade de modernizar as instituições de governança global e democratizar o acesso às tecnologias.
Em 2025, o Brasil assumirá a presidência do Brics. Lula enfatizou a intenção do país de continuar a vocação do bloco na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre países. Além disso, ele destacou a importância de fortalecer as capacidades tecnológicas e promover a adoção de marcos multilaterais não excludentes.