À medida que São Paulo ingressa no seu período de chuvas, o estado enfrenta sua realidade preocupante de reservatórios em níveis baixos. Após ta estiagem prolongada, os recentes padrões pluviométricos servem como uma luz no túnel para a recuperação dos níveis de água e uma potencial melhoria na situação de abastecimento no estado.
Nos últimos seis meses, várias cidades do estado enfrentaram restrições de abastecimento, o que foi exacerbado por uma extensa estiagem. Cinco municípios declararam estado de emergência devido à seca, incluindo Artur Nogueira, São Pedro do Turvo, Indiana, Bauru e Barretos. Embora a situação ainda seja alarmante, com o retorno das chuvas, o cenário começa a mostrar sinais promissores de melhora.
Entretanto, de acordo com o Monitor das Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), a estiagem atingiu seu pico entre julho e agosto, afetando 95% do estado de São Paulo. Surpreendentemente, em setembro de 2022, 100% do território foi atingido pelo fenômeno, destacando-se a região norte com a classificação de seca extrema. Segurança contra incêndios, que também era preocupante, tem visto melhorias.
Considerando o abastecimento de água, a maior parte dos 645 municípios em São Paulo (375 deles, para ser preciso) são atendidos pela Sabesp, empresa de saneamento que foi recentemente privatizada. A Sabesp garante normalidade no abastecimento dentro de sua área de atuação. No entanto, enfrenta problemas técnicos em seus sistemas de monitoramento decorrentes de ataques cibernéticos identificados recentemente.
Além disso, algumas cidades específicas estão tomando medidas para combater a situação. São José do Rio Preto descartou o racionamento de água devido ao retorno das chuvas. Na cidade de Americana, contudo, a seca impactou diretamente na qualidade da água, levando a um maior tempo de tratamento. Vários municípios como Marília e Vinhedo estão implementando soluções alternativas para combater a falta de água, como aprofundar poços de captação e implementar rodízios de abastecimento.
No entanto, o cenário completo da recuperação hídrica ainda é um terreno incerto. Segundo especialistas, embora a seca tenha passado seu pico crítico, a recuperação completa ainda demandará tempo. A estação chuvosa, que está se desenvolvendo ainda traz incertezas se ocorrerá conforme as normais esperadas.
A seca severa desse ano parece mostrar sinais de atenuação, porém os efeitos ainda reverberam por todo o estado e as perspectivas continuam a ser de cautela e planejamento. São Paulo se encontra agora em um ponto de inflexão, a espera por um período de chuvas que traz esperanças de uma recuperação dos níveis de água mais rápidas e efetivas.
