O mês de setembro registrou um marco histórico para a economia do Brasil. A arrecadação federal registrou uma alta recorde, atingindo R$ 203,17 bilhões de acordo com dados divulgados pela Receita Federal. Esse valor reflete um aumento real de 11,61% em comparação com setembro de 2023, após ajustes pela inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Além disso, os números consolidam o melhor desempenho arrecadatório para o acumulado até setembro, alcançando R$ 1,93 trilhão – um acréscimo real de 9,68% comparado ao mesmo período.
A análise dos dados atesta que a atividade econômica está agindo como motor principal para o aumento da arrecadação, como explicou Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal. Além disso, outros fatores atípicos também contribuíram para o crescimento expressivo como a tributação problemática de fundos exclusivos, atualização de bens e direitos no exterior e retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis.
Em atendimento a uma situação de calamidade no Rio Grande do Sul, decretada após a ocorrência de enchentes severas, prazos para o recolhimento de tributos em alguns municípios gaúchos foram prorrogação, o que ocasionou arrecadação extra em setembro. Essa condição atípica, junto a outros fatores, resultou em um incremento real de 7,22% para o período acumulado e 8,64% para a arrecadação de setembro.
Entre as contribuições relevantes na arrecadação em setembro, destacou-se o PIS/Pasep e a Cofins, que juntos representaram R$ 45,68 bilhões na arrecadação, um crescimento real de 18,95%. Esse aumento foi em parte influenciado pelo retorno da tributação incidente sobre os combustíveis e pelo aumento na venda de bens e serviços, reflexo da atividade produtiva.
Os resultados da Receita Federal em setembro também foram marcados pelo crescimento nos recolhimentos do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), totalizando R$ 28,01 bilhões, um aumento real de 6,4% em relação a setembro de 2023.
Seguindo essa tendência de crescimento, a Receita Previdenciária também apresentou alta na arrecadação, somando R$ 54,49 bilhões em setembro, um crescimento real de 6.29%, devido em parte à alta de 7,28% na massa salarial.
Essa movimentação na economia brasileira, refletida na arrecadação dos impostos, pode ser explicada em parte pelos principais indicadores macroeconômicos, como o crescimento de 3,05% na venda de bens e 1,75% em serviços em agosto de 2024, além do aumento na produção industrial (1,68%), valor em dólar das importações e o crescimento da massa salarial.
Desses dados, podemos inferir que o mês de setembro trouxe progresso significativo e expressivo para a arrecadação federal do Brasil, reflexo da recuperação econômica e das políticas aplicadas. Uma análise detalhada e compreensiva desses dados é essencial para entender as tendências e fazer previsões futuras para a economia brasileira.