A 16ª edição da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP-16) começa nesta semana em Cali, na Colômbia. Este evento crucial vai até o dia 1ª de outubro e é focado no tema Paz com a Natureza.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, declarou que Todos temos um papel a desempenhar. Os povos indígenas, as empresas, as instituições financeiras, as autoridades locais e regionais, a sociedade civil, as mulheres, os jovens e o meio acadêmico devem trabalhar em conjunto para valorizar, proteger e restaurar a biodiversidade de uma forma que beneficie a todos. Esta declaração reflete a seriedade e a universalidade da questão da biodiversidade.
COP-16 é o primeiro evento desse tipo após a criação do Marco Global de Kunming-Montreal (GBF – Global Biodiversity Framework, em inglês), assinado por 196 países em dezembro de 2022. O documento inclui 23 metas globais a serem alcançadas até 2030 na busca pela regeneração de todo o conjunto de vida na Terra.
A conferência prevê debates importantes sobre alinhamento das Estratégias e Planos de Ação Nacional para a Biodiversidade, chamados de NBSAP, para se alinharem com o GBF. No Brasil, essa estratégia foi estruturada para o período de 2010 a 2020 e agora, a secretária nacional de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Rita Mesquita, aponta que o país tem adotado políticas públicas alinhadas internacionalmente, mesmo que os debates sobre atualização democratização ainda não estejam encerrados.
O financiamento é um dos tópicos centrais da conferência. Segundo as regras do Marco Global de Kunming-Montreal, são estimados US$200 bilhões anuais para financiar esforços globais de conservação da biodiversidade. No entanto, relatórios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que apenas 23% dessas metas foram cumpridas no primeiro semestre.
Nesta conferência, o Brasil também irá debater sobre a eficiência do Fundo do Marco Global para a Biodiversidade (GBFF), administrado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). Os recursos genéticos e a criação de um mecanismo multilateral para reunir sequenciamentos genéticos de maneira digital são outros temas pertinentes em debate.
Com todos esses tópicos importantes em jogo, a 16ª COP sobre Diversidade Biológica reafirma-se como um evento essencial na luta global pela proteção e conservação da biodiversidade.