A realidade impactante dos conflitos no Líbano se reflete nas palavras de um homem, Ahmad Nazar, que reuniu sua família no Brasil em busca de segurança. Deslocando aos leitores para o cenário crítico que muitos libaneses enfrentam através de seu relato, Nazar afirma: Não dá mais para viver no Líbano.
Ahmad, que agora reside no Brasil, reuniu-se com a sua família na Base Aérea de Guarulhos no sábado, após um voo de 15 horas que saiu de Beirute. Esse reencontro veio através do sexto voo da Operação Raízes do Cedro, uma iniciativa governamental brasileira em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), cujo objetivo é repatriar brasileiros que vivem no Líbano.
A origem da trajetória de Ahmad retrata uma cena dramática: o assassinato de seu pai, Hassan, durante um bombardeio israelense em 1986, na cidade de Arabsalim, na região sul do Líbano. Este mesmo lugar, a menos de 100 quilômetros da capital Beirute, é onde sua esposa, Zeinab, e três filhos estavam vivendo até recentemente.
A situação perigosa de desestabilidade no Líbano levou a uma mudança de planos para Ahmad. Anteriormente, ele planejava uma vida bifurcada entre Brasil e Líbano, onde visitaria frequentemente a sua esposa e filhos que estariam estudando em sua terra natal. Porém, os recentes conflitos e o medo pela segurança de sua família o levaram a tomar a decisão de trazê-los de volta ao Brasil.
A Operação Raízes do Cedro tem cumprido um papel crucial ao permitir que famílias como a de Ahmad encontrem segurança e estabilidade longe dos conflitos no Líbano. O voo de repatriamento aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos às 07h28, trazendo 212 passageiros, entre eles a família de Ahmad.
No entanto, a história de Ahmad não é a única. Muitos outros libaneses têm enfrentado situações difíceis devido ao aumento da instabilidade na região. Infelizmente, nem todos conseguem sair a tempo. Outra repatriada, Leila Hadi, manifestou seu lamento por não ter conseguido trazer suas duas irmãs para o Brasil. Ela relatou experiências assustadoras e medos que a perseguem, aludindo aos bombardeios israelenses.
Um desfecho certamente indesejável para muitos, mas com um vislumbre de esperança proporcionado pela Operação Raízes do Cedro aos que podem se beneficiar dela. Tal esperança fica marcada na declaração de Ahmad: Agora, estamos aqui no Brasil, onde é seguro.