A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, em uma audiência pública, a implementação de novas imagens de advertência nas embalagens dos produtos derivados do tabaco, numa tentativa de combater o fumo com mensagens mais fortes e diretas.
A Anvisa quer tornar esses alertas mais impactantes e assim, enfatizar os perigos do tabagismo para a saúde. A agência reguladora defende a atualização regular das advertências sanitárias nas embalagens dos produtos fumígenos para efetivar a comunicação sobre os riscos principais à saúde causados por esses produtos e as substâncias que causam esses danos.
De acordo com a Anvisa, estas advertências representam uma campanha de comunicação em saúde entre as mais eficazes no Brasil, e contribuem significativamente para a política de saúde pública voltada ao combate ao tabagismo.
A nova proposta gráfica apresenta sete novas imagens que destacam os danos à saúde resultantes do fumo, como aborto, cegueira, câncer e morte, conectadas a mensagens de conscientização em relação à angústia, dor e morte, por exemplo.
Estas advertências sanitárias utilizam tons amarelados intensos para captar a atenção do público. As imagens serão estampadas nas embalagens de diferentes produtos derivados do tabaco, incluindo cigarros, charutos, cigarrilhas, fumo para cachimbos e tabaco mastigável.
Além disso, em estabelecimentos comerciais que vendem produtos derivados do tabaco, o foco das mensagens será nos danos coletivos, como as consequências do consumo passivo e a ameaça pública à saúde.
Outra novidade é a inclusão de QR Codes nos materiais publicitários, que direcionarão os interessados a conteúdos de áudio sobre as advertências, facilitando acesso para pessoas com deficiência aos alertas sobre os riscos do tabagismo.
Durante a audiência, foram coletadas propostas que serão consolidadas pela equipe técnica da Anvisa, e servirão para orientar a criação de uma nova norma, a ser votada pela diretoria da agência. Segundo a Anvisa, os diretores também devem definir a frequência das alterações, apontando para um ciclo de dois anos para as novas imagens, até 2027.
O Brasil, que implementou o modelo de aviso de advertência em produtos derivados do tabaco desde 2001, é um dos pioneiros no emprego de imagens para esta finalidade, com atualizações em 2001, 2003, 2008 e 2017, conforme recomendação da Comissão Nacional para Controle do Tabaco.