De acordo com o sistema judicial do estado do Rio de Janeiro, a prisão temporária de sócios do laboratório de análises clínicas PCS Lab Saleme foi mantida. Os presos incluem o médico ginecologista Walter Vieira, baluarte do laboratório basedo em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. As acusações centram-se na emissão de laudos diagnósticos equivocados de HIV que resultaram em transplante de órgãos contaminados. Estes incidentes colocaram a vida de inúmeros pacientes em risco.
Desdobramentos do caso revelaram que a prisão inclui mais três pessoas suspeitas de terem ligação direta com o incidente. Entre elas está Ivanilson Fernandes dos Santos, funcionário técnico do laboratório, e Jacqueline Iris Bacellar de Assis, membro da equipe do laboratório que está detida. Ambos ainda aguardam a efetivação de suas audiências de custódia.
Na sequência dos eventos que ocorreram na última quarta-feira (16), a polícia também conseguiu prender o técnico de laboratório Cleber de Oliveira dos Santos, o último procurado no caso. Desse modo, foram oficialmente cumpridos todos os mandados de prisão aplicáveis a esta operação, datando de segunda-feira (14), decorrentes das investigações policiais.
De acordo com as informações obtidas, descobriu-se que duas pessoas que fizeram doações de órgãos obtiveram laudos de HIV errados do laboratório, que tinha a responsabilidade de testar os órgãos antes que fossem direcionados para transplantes no estado do Rio de Janeiro. Esses doadores foram erroneamente avaliados como negativos quando, na realidade, estavam positivos para o vírus. Acabou que seis beneficiários dos transplantes foram contaminados com o vírus HIV dias após a cirurgia.
O Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio (CRF-RJ) também emitiu uma declaração esclarecendo que o laboratório em questão, PCS Lab Saleme, não tinha o devido registro do conselho. A organização afirmou que não possuía nenhum farmacêutico registrado em seu conselho. Porém, revelou que Jacqueline Iris Bacellar de Assis mantém uma inscrição ativa no CRF-RJ. Consequências podem incluir cassação definitiva do registro profissional, caso sejam constatadas violações das regras sanitárias ou éticas.