O cenário político brasileiro, especialmente nas esferas municipais, continua a refletir as tradicionais estruturas de poder dominadas por homens brancos. Uma análise minuciosa dos resultados eleitorais para as prefeituras mostra que 87% das prefeituras foram conquistadas por homens, 66% dos quais se identificam como brancos.
Apesar da maioria dos eleitores no país ser do sexo feminino, as mulheres representam apenas 13% dos prefeitos eleitos no primeiro turno das eleições. Deste total de 5.471 prefeitos, apenas 724 são mulheres, destacando a persistente desigualdade de gênero na política brasileira.
Observando de perto a distribuição etária, a maioria dos eleitos se encontra na faixa dos 40 a 49 anos (33,3%), seguido dos que têm entre 50 e 59 anos (27,62%). Notavelmente, a maioria dos novos prefeitos (59,3%) tem ensino superior completo, enquanto 25% concluíram o ensino médio.
Em relação à raça, a hegemonia branca se mantém, com pouco progresso em comparação ao ano anterior. Neste ano, quase 66% dos eleitos são brancos, com 33,6% identifcando-se como pardos ou pretos. Em 2020, a projeção era de 67% brancos e 32% negros.
Analisando o estado civil dos vencedores, descobre-se que a maioria (71%) é casada, enquanto 19% são solteiros. Esses números reforçam a ideia de que o perfil ‘ideal’ para a política brasileira ainda é o homem, branco, casado, com ensino superior, reiterando a necessidade de ações concretas para aumentar a representatividade política de todas as camadas da sociedade brasileira.