O cenário da comunicação televisiva brasileira está de luto. Cid Moreira, jornalista, locutor, apresentador, e voz inconfundível do Jornal Nacional, faleceu nesta quinta-feira (03), aos 97 anos, na cidade do Rio de Janeiro.
Internado há algumas semanas para tratar uma pneumonia no Hospital Santa Tereza, em Petrópolis, o apresentador não resistiu e veio a óbito por insuficiência renal crônica. Moreira é um dos rostos – ou melhor, vozes – mais icônicas da televisão brasileira.
A carreira de Cid Moreira se tornou sinônima de jornalismo de qualidade e confiabilidade. Ele foi o primeiro locutor a comandar a bancada do Jornal Nacional, noticiário líder absoluto de audiência por várias décadas. Esteve a frente do JN por aproximadamente oito mil transmissões.
Nascido em Taubaté, no Vale do Paraíba (SP), em 1927, Moreira iniciou sua carreira no rádio em 1944. Trabalhou também na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade antes de se destacar como locutor da Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro.
Seu ingresso na televisão ocorreu na TV Rio, onde começou a gravar comerciais ao vivo. Daí em diante, seu talento como locutor de notícias se destacou excepcionalmente, levando-o a diversas emissoras renomadas, como a Tupi, Excelsior, Continental e, fatalmente, Globo.
No auge da ditadura militar no Brasil, Moreira foi uma das figuras mais marcantes ao ler ao vivo a carta da Ação de Libertação Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) sobre o sequestro do embaixador dos EUA no Brasil. Moreira permaneceu na bancada do Jornal Nacional por impressionantes 26 anos, tornando-se um ícone indelével da comunicação brasileira.
Além de sua atuação jornalística, Moreira também se dedicou a projetos paralelos, incluindo a gravação de salmos bíblicos e textos religiosos, bem como sua participação no programa Fantástico. Sua biografia, intitulada Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil, foi escrita por sua esposa, Fátima Sampaio Moreira, e lançada em 2010.
A partida de Cid Moreira deixa um vazio irrecuperável na comunicação nacional, mas seu legado é indiscutível e sempre lembrado. Cid Moreira se foi, mas sua voz imortal permanecerá para sempre na memória de todos os brasileiros.