O Itamaraty divulgou, recentemente, expressando ‘grave preocupação’ sobre a decisão do Procurador Geral da Venezuela de direcionar um mandado de prisão para Edmundo González, um dos líderes da oposição ao regime de Nicolás Maduro. De acordo com a nota conjunta emitida com o governo da Colômbia, o pedido de prisão a González afeta diretamente os compromissos previamente firmados nos Acordos de Barbados, as quais implicam em um processo de eleição voluntária e democratica na nação sul-americana.
Os Acordos de Barbados, mediados pela Noruega, apresentavam intenção explicita em construir pontes de dialogo entre o governo e a oposição, fortalecendo a democracia e estimulando uma cultura de tolerância. A medida tomada contra González complica a busca por soluções pacíficas, o que inevitavelmente exige o diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas.
Este pedido de prisão foi lançado após González falhar em comparecer pela terceira vez à sede do Ministério Público para esclarecer as publicações de supostas atas eleitorais que alegam sua vitória nas eleições ocorridas em 28 de julho. A oposição alega publicar mais de 80% dos registros na internet que comprovem a vitória de González.
Por outro lado, o governo acusa a oposição de falsificar mais de 9 mil atas postadas na web. Embora o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pela divulgação do resultado das eleições, tenha afirmado que Maduro venceu o pleito, o mesmo não divulgou as atas eleitorais das mais de 30 mil mesas de votação. Tais documentos só vieram a publico recentemente, tendo sido entregues à Justiça no início de agosto.
Diante deste cenário, os governos brasileiro e colombiano enfatizam a necessidade de uma solução pacífica baseada no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas, em harmonia com os compromissos assumidos nos Acordos de Barbados. Esta situação apresenta mais um desdobramento no complexo cenário político e social na Venezuela.
