O conflito entre a Rússia e a Ucrânia ganhou uma renovada intensidade, com o Kremlin lançando uma série de ataques aéreos pelo segundo dia consecutivo. O uso de mísseis e drones nos ataques, que atingiram diversas regiões ucranianas, resultou na morte de, pelo menos, sete pessoas.
Estas informações foram disponibilizadas pelos militares ucranianos na manhã de terça-feira, que se seguiu ao até então maior ataque aéreo de Moscou contra seu vizinho. Destacam-se entre as fatalidades duas pessoas mortas na destruição de um hotel na cidade de Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia, bem como outras duas mortas em ataques de drones na cidade de Zaporizhia, a leste de Kryvyi Rih.
Vários sistemas de defesa aérea da região de Kiev foram acionados durante a noite para defender a capital ucraniana de mísseis e drones. Testemunhas presenciais relataram à Reuters pelo menos três explosões em Kiev no decorrer da noite.
A situação alarmante se agravou ainda mais na segunda-feira, quando mais de 200 mísseis e drones foram lançados pela Rússia, causando sete mortes e danificando gravemente a infraestrutura de energia. Este ataque foi condenado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, como ultrajante.
De acordo com os analistas do Institute for the Study of War (Instituto para o Estudo da Guerra), baseado em Washington, é possível que Moscou não possua a capacidade industrial de defesa para sustentar ataques tão massivos e frequentes.
Alguns blogueiros militares russos pró-guerra, como o coletivo conhecido como Rybar, justificam os ataques de mísseis e drones como um ato de retaliação pela surpreendente incursão ucraniana no território russo – a primeira desde a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, apesar da declaração do Kremlin de que haveria uma resposta à ação da Ucrânia em Kursk, e três semanas após a incursão, Kiev alega avanços. O Kremlin afirmou que continua a bombardear as forças militares ucranianas, mas até agora não conseguiu expulsá-las.
A magnitude exata dos ataques de terça-feira e seu impacto total ainda estão por ser determinados. Contudo, a Força Aérea da Ucrânia afirmou ter detectado o lançamento de vários grupos de drones e a decolagem de campos de aviação russos de bombardeios estratégicos Tu-85 e aeronaves interceptadoras supersônicas MiG-31.
A Reuters não conseguiu verificar de forma independente estas últimas alegações. O Kremlin, por sua vez, nega categoricamente o direcionamento de ataques a civis na guerra que o presidente Vladimir Putin iniciou contra a Ucrânia, o menor vizinho da Rússia, com uma invasão em grande escala em fevereiro de 2022.
