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Reitor oposicionista do CNE ausente na totalização de votos na Venezuela denuncia irregularidades

Após praticamente um mês das eleições presidenciais na Venezuela, um dos reitores da junta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), intimamente ligado à oposição, pronunciou-se nesta segunda-feira (26). Juan Carlos Delpino Boscán fez saber que não participou da totalização dos votos na Sala de Totalização do CNE. Assim, ele alega que não possui provas que validem a vitória do presidente Nicolas Maduro. Ele criou ainda mais controvérsia ao declarar que identificou várias inconsistências, uma patente falta de transparência e falando sobre a suspensão imprevista das auditorias planejadas.

Ao se abster de ir à sala de somação, Boscán explicou, via mídia social, que não possuía qualquer prova que corroborasse os resultados declarados. De acordo com o reitor, a decisão de não comparecer foi respaldada em discrepâncias que ele alega ter encontrado. Em suas palavras, “devido à expulsão de testemunhas em vários centros eleitorais, à transmissão não realizada do código QR aos centros de dados dos comandos, e à falta de uma solução efetiva para o suposto ataque hacker, decidi não ir à sala de somação e não assistir ao anúncio do primeiro boletim”.

Entretanto, sua atitude foi manchete após uma entrevista sua ser publicada pelo jornal americano New York Times, em que este membro da comissão eleitoral venezuelana informou que não recebeu qualquer prova da vitória de Maduro. Entre os cinco principais membros pertencentes ao CNE, dois têm ligações com a oposição.

Boscán publicou um longo comunicado, lembrando os principais eventos do dia da eleição. No comunicado, ele denunciou a total falta de transparência no processo e a suspensão das auditorias planejadas. Segundo o reitor, a eleição ocorreu com relativamente poucos incidentes relatados até o horário de 5h da tarde do dia da votação. Foi apenas após esse horário que os problemas começaram a surgir.

A demora na publicação dos dados eleitorais levou ao adiamento de três auditorias que estavam previstas para ocorrer após a realização das eleições, o que segundo Boscán, “afetou a cadeia de confiança das auditorias e gerou incertezas”.

No contexto atual, o governo de Nicolás Maduro acusou parte da oposição de não aceitar o resultado publicado pelo CNE e de tentar iniciar um golpe de Estado no país. Por outro lado, a oposição sustenta que tem em sua posse as atas eleitorais que indicam a vitória de Edmundo González. O impasse permanece enquanto o país aguarda que as autoridades competentes investiguem alegações de atas eleitorais falsificadas.

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