O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alerta a comunidade global da necessidade de ações coordenadas e esforços coletivos para conter a epidemia de mpox. Durante encontros com autoridades sanitárias de Estados-membros, Tedros enfatizou a necessidade de um investimento de aproximadamente US$ 135 milhões nos próximos seis meses para implementar um plano de resposta efetivo contra a doença.
A Oms apresentou seu Plano Estratégico Global de Preparação e Resposta à Mpox em Genebra, acompanhado de um apelo insistente ao conjunto de parceiros e forças envolvidas: Permitam-me ser claro: essa nova epidemia de mpox pode ser controlada e interrompida. Mas isso requer ação coletiva entre agências internacionais, parceiros, a sociedade civil, pesquisadores e fabricantes, além dos Estados-membros.
O montante proposto pela OMS pretende financiar o trabalho coletivo e interromper a disseminação da doença o mais rapidamente possível. Em adição ao plano da OMS, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) fez um apelo por US$ 18,5 bilhões para fornecer serviços de saúde essenciais para imigrantes, pessoas deslocadas e as regiões do continente africano que estão sob risco de surto de mpox.
Amy Pope, diretora-geral da OIM, expressou um senso urgente de ação frente à situação da epidemia na África: A propagação da mpox pela África Oriental, pela região do Chifre da África e pelo sul da África é uma grande preocupação, sobretudo, para migrantes vulneráveis, populações que se deslocam com frequência e comunidades de acolhimento, muitas vezes ignoradas em crises como essa. Devemos agir rapidamente para proteger aqueles que correm maior risco e reduzir o impacto dessa epidemia na região.
No cenário global, pelo menos seis países africanos notificaram casos da nova variante 1b da mpox. República Democrática do Congo, Uganda, Ruanda, Burundi, Quênia e Costa do Marfim confirmaram casos. Fora da África, a Suécia e a Indonésia também reportaram casos da nova variante, e os pacientes tiveram histórico de viagem para países africanos onde há surto da doença.
Enquanto isso, no Brasil, embora a doença tenha precisado ser contida em anos recentes, atualmente não há casos da nova variante da mpox registrados. O caso de um navio argentino colocado em quarentena após um tripulante apresentar sintomas compatíveis com mpox chamou a atenção, mas após exames, foi confirmado que o tripulante estava com varicela, doença que apresenta sintomas similares aos da mpox. Com isso, a Argentina também segue sem casos confirmados da nova variante identificada no continente africano.