A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), que representa um coletivo de mais de 120 hospitais privados, realizou um estudo que revelou uma tendência interessante na procura por serviços médicos de 2019 a 2023. Comparando os dados, houve uma queda de 2% nas internações hospitalares e uma redução de 12% nas consultas ambulatoriais por paciente no período mencionado. Além disso, o número de terapias por paciente diminuiu 8% e os procedimentos odontológicos caíram 13%.
No entanto, em contraste com essas quedas, a demanda por exames viu um aumento de 18% e os atendimentos médicos em prontos socorros também aumentaram, apresentando um acréscimo de 4%. Ainda no ano de 2023, foi observado um aumento no número de internações por paciente quando comparado com o ano anterior.
O estudo da Anahp também revelou que as operadoras de planos de saúde tiveram um lucro líquido positivo de R$ 5,1 bilhões no primeiro semestre de 2023, equivalente a 3,5% do que as empresas arrecadaram com as taxas pagas pelos 51 milhões de beneficiários nesse período. Isto representou um total de R$ 147,41 bilhões.
Intrigantemente, no entanto, os planos de saúde usaram 83% desses prémios para pagar os procedimentos médicos aos usuários dos planos, um total de R$ 123,02 bilhões. Este percentual, denominado taxa de sinistralidade, foi menor do que aquele observado nos três anos anteriores, 2021 (87%), 2022 (89%) e o próprio 2023 (87%), nesses anos os planos tiveram prejuízos de 1,6%, 9,9% e 9,2%, respectivamente.
De acordo com o estudo, a variação dos custos médico-hospitalares em 2023 foi de 11,66%, superior à de 2022 que foi de 8,78%, mas inferior aos 13,86% de 2019. Desde 2014, os custos médicos vêm crescendo acima da inflação oficial, exceto em 2020, ano de início da pandemia, onde registrou uma queda de 8,45%.
Assim sendo, de acordo com as análises e dados apresentados pela Anahp, embora haja uma diminuição geral na demanda por consultas e internações médicas, houve um aumento nos custos dos procedimentos, particularmente nas terapias. Isso ressalta a necessidade de uma avaliação criteriosa para a identificação correta dos gatilhos e padrões que determinam tais tendências, a fim de garantir um equilíbrio saudável e sustentável do sistema de saúde privado.
