A Organização Mundial da Saúde (OMS) trouxe à luz uma preocupação crescente sobre uma emergente crise de saúde no Líbano. Em uma coletiva de imprensa realizada na terça-feira (8), a grande instituição de saúde global advertiu sobre o aumento de surtos de doenças e o fechamento de instalações médicas, a medida que o conflito com Israel se intensifica.
De acordo com a OMS, as condições de aglomeração nos abrigos, juntamente com o fechamento de hospitais devido à fuga de médicos dos ataques de Israel, estão alimentando o potencial para surtos de várias doenças. As operações terrestres israelenses, que começaram no sudoeste do Líbano, agravaram o conflito de um ano com o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, desencadeando uma situação humanitária preocupante.
Ian Clarke, gerente adjunto de Incidentes da OMS para o Líbano, destacou alguns dos surtos de doenças esperados, que incluem diarreia aquosa aguda e hepatite A, além de várias doenças que poderiam ser evitadas por vacinação. A agência de saúde da ONU também lamentou que o sistema de saúde do país esteja sobrecarregado. Até o momento, cinco hospitais fecharam e outros quatro estão funcionalmente parciais.
O motivo para o fechamento dos hospitais, segundo Clarke, é devido à fuga de médicos dos combates ou foram instruídos a sair por autoridades libanesas. A crise de saúde não é a única preocupação emergente no Líbano. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) também expressou inquietação em relação à capacidade do país de prover alimentos.
Matthew Hollingworth, diretor nacional do PMA no Líbano, revelou que milhares de hectares de terras agrícolas no sul do país foram queimados ou abandonados devido à escalada das hostilidades. Ele acrescentou que as colheitas estão sendo prejudicadas e os produtos estão apodrecendo nos campos, o que pode comprometer a autosuficiência alimentar do país a longo prazo.
Este alerta da OMS serve como um lembrete sombrio de que os conflitos bélicos geram repercussões humanitárias muito além do impacto imediato. Ao considerarmos o contexto de saúde pública no Líbano, é fundamental um plano de intervenção rápido para controlar o surge de doenças e garantir o acesso à assistência médica.
