O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro vive uma situação emergencial. Ontem, combatendo 460 focos de incêndio, os profissionais enfrentaram um dos dias mais intensos do ano. Este registro alarmante representa a maior quantidade de ocorrências enfrentadas em um único dia desde o início de 2024.
Essa situação, contudo, não é um caso isolado. Pelo contrário, os números estão se tornando cada vez mais preocupantes. Desde o começo do ano, o Rio de Janeiro já registrou mais de 16 mil incidentes do tipo, um aumento de 85% em comparação ao mesmo período de 2023.
Para se ter uma ideia da proporção deste problema, em apenas três municípios – Rio de Janeiro, São Gonçalo e Duque de Caxias – ocorreram mais de 5.600 incêndios. Não à toa, a região contabiliza a maior quantidade de incidentes, dando destaque para incêndios brilhantes no Parque Estadual da Pedra Branca, no Morro das Andorinhas e no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
Nesse último, situação particularmente preocupante é vista devido ao potencial turístico e à diversidade da fauna e flora presentes. Em algumas ocasiões, brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICBMBio), responsável pela administração do parque, precisaram ser mobilizados para conter as chamas.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a quantidade de incêndios detectados por satélite já soma 840 neste ano, o maior número desde 2017. A quantidade real pode ser ainda maior, pois setembro e outubro são, historicamente, meses com ampla incidência de queimadas.
Essa situação alarmante não só destrói ecossistemas como reduz a qualidade do ar, provocando graves problemas de saúde para a população. Nos últimos tempos, por exemplo, a população tem compartilhado imagens nas redes sociais mostrando paisagens encobertas por fumaça.
Segundo os especialistas, os ecossistemas ficam mais vulneráveis a incêndios em momentos de seca, como o que o país está enfrentando atualmente. No entanto, eles destacam que a origem dos incêndios, na maioria das vezes, está relacionada ao comportamento humano. De acordo com o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, 95% dos incêndios começam pela ação do homem, seja de forma acidental ou intencional.
Em meio a este cenário preocupante, houve mudanças na Secretaria Estadual de Defesa Civil do Rio de Janeiro. Tarciso Salles assumiu em lugar de Leandro Monteiro e anunciou a criação de um gabinete de crise para combater o fogo. Apesar de críticas sobre o corte de recursos para o enfrentamento dos incêndios florestais, o governador do estado, Cláudio Castro, assegura que o Corpo de Bombeiros tem recursos suficientes e minimizou o corte.
É preciso que as autoridades e a população estejam alertas para essa realidade que afeta nosso meio ambiente e nossa saúde. É necessário mais investimento e educação para prevenir e combater os incêndios de forma eficaz, para preservar nosso ecossistema e a qualidade de vida de todos.