A cidade de Paraty, localizada no sul do estado do Rio de Janeiro, tornou-se um cenário de intenso intercâmbio de conhecimento nesta semana. O local está sediando o 1º Encontro Internacional de Territórios e Saberes (Eits), que teve início na segunda-feira (9) e será estendido até o dia 15. Este encontro está sendo marcado como um momento histórico na articulação entre a ciência e a tradição, focando na promoção da saúde e do desenvolvimento sustentável.
Com mais de mil participantes confirmados, de 22 países dos cinco continentes, o Eits oferecerá mais de 40 atividades, incluindo mesas redondas, oficinas, experiências vivenciais e visitas de campo. Essas atividades serão organizadas em torno de cinco eixos temáticos: Ecologia de Saberes para a Promoção do Bem Viver, Oceanos e Rios – Redes de Vida e Saberes, Saúde, Resiliência e Organização Social, Educação, Cultura e Modos de Vida, e Articulação em Redes.
O Eits surgiu de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Colégio Pedro II (CPII). A proposta e a programação do encontro se baseiam na necessidade de combinar diferentes formas de conhecimento para enfrentar desafios globais comuns, como as mudanças climáticas, a segurança alimentar e as desigualdades sociais.
Um dos destaques da programação é o papel crucial dos povos tradicionais na preservação da biodiversidade, uma vez que as áreas mais preservadas do mundo são geralmente aquelas protegidas por essas comunidades. A Fiocruz coloca a importância do envolvimento e da escuta ativa dessas comunidades na construção de políticas públicas efetivas.
Além disso, o evento é uma prova de como a combinação de diferentes formas de conhecimento pode gerar soluções sustentáveis para os desafios locais e globais da atualidade, principalmente no que diz respeito às mudanças climáticas, que afetam de maneira mais direta as populações vulneráveis. Segundo Mário Moreira, presidente da Fiocruz, esse tipo de evento alinha-se diretamente com a missão e o compromisso social das instituições parceiras, que buscam soluções para a sociedade por meio da articulação entre o conhecimento científico e o conhecimento popular.
Esse diálogo e aprendizado coletivo, apontado como uma nova maneira de lidar com o planeta Terra, também foi destacado pelo reitor da UFF, Antonio Claudio. Portanto, o Eits se estabelece como um marco na maneira de pensar a ciência e a tradição, e na busca por uma saúde e um desenvolvimento sustentável mais integrados e efetivos.
