Um momento histórico foi registrado na manhã desta quinta-feira (5) na Arena do Campo de Marte, em Paris, quando a brasileira Rosicleide Andrade – uma potiguar de espírito guerreiro – garantiu o bronze na categoria até 48 quilos da classe J1. Esta conquista é nada menos que a primeira medalha do judô brasileiro nos Jogos Paralímpicos de Paris.
A competição contou com oponentes de peso, entre eles a argentina Rocio Ledesma Dure, que foi derrotada por Rosicleide através de um ippon – a pontuação máxima em uma luta de judô. A vitória garantiu seu lugar entre os medalhistas e colocou o judô brasileiro na lista de honra dos jogos.
A classe J1, dedicada a atletas cegos totais ou com percepção de luz apenas, sem a capacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância, viu Rosicleide ir além das limitações e se destacar entre os melhores.
“Estou muito feliz e ao mesmo tempo sem acreditar ainda. Eu fiz um ciclo paralímpico muito bom. No meu primeiro ciclo, consegui alguns títulos muito importantes, como o ouro no Parapan-americano, e agora sendo medalhista de bronze na Paralimpíada, em minha primeira Paralimpíada. Estou muito feliz e não consigo explicar ainda o que estou sentindo”, declarou a emocionada Rosicleide após a conquista.
Em uma nota infeliz, outro atleta da classe J1, o manauara Elielton Oliveira, teve a oportunidade de conquistar uma medalha nesta quinta-feira. No entanto, foi derrotado por ippon pelo indiano Kapil Parmar na disputa de bronze da categoria até 60 quilos.
Ainda assim, o dia foi de celebração para o judô brasileiro, com Rosicleide subindo ao pódio e levantando a bandeira do Brasil em solo francês. Sua vitória marcantes demonstra não só a tenacidade e resiliência dos atletas paralímpicos, mas também a força e a vitalidade do judô brasileiro na arena global.