Em julho deste ano, a Dívida Pública Federal (DPF) registrou um aumento de 1,02%, excedendo assim a marca de R$ 7,1 trilhões. Este crescimento foi impulsionado por fatores como a contabilização de juros básicos e um elevado volume de vencimentos de títulos prefixados.
O valor da DPF passou de R$ 7,068 trilhões em junho para R$ 7,139 trilhões em julho, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Apesar do aumento expressivo ocorrido em julho, a DPF ainda está dentro dos parâmetros preestabelecidos. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), o valor estoque da DPF deve se situar entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões até o final de 2024.
No mês de julho, o Tesouro emitiu uma quantia de R$ 10,69 bilhões em títulos, valor este que foi superior ao montante resgatado. Essa diferença é resultante principalmente de títulos corrigidos pela Selic, os quais são conhecidos como juros básicos da economia. Além disso, a dívida também aumentou devido à apropriação de R$ 57,12 bilhões em juros.
Com a Taxa Selic fixada em 10,5% ao ano, a apropriação de juros tem gerado pressão sobre o endividamento governamental. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 139,6 bilhões em títulos da Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi). A maior parte dessa quantia, especificamente R$ 98,83 bilhões, foi destinada a atender a demanda por títulos corrigidos pela Taxa Selic.
O mercado externo também impactou a DPF, com a alta do dólar fazendo a Dívida Pública Federal externa (DPFe) subir 1,28%, passando de R$ 313,61 bilhões para R$ 317,63 bilhões no mês passado. Este aumento resultou primordialmente da elevação de 1,86% da moeda norte-americana no mesmo período.
Diante desse cenário, o Governo Federal continua adotando medidas para honrar seus compromissos financeiros, pegando dinheiro emprestado dos investidores através da dívida pública e comprometendo-se a devolver esses recursos após alguns anos, com correção que pode acompanhar a taxa Selic, a inflação, o dólar ou ser prefixada. Destaca-se a importância das instituições financeiras, fundos de pensão e fundos de investimento como principais detentores da Dívida Pública Federal interna, o que reitera a confiança desses atores no cumprimento das obrigações do governo.