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Desigualdade de Rendimento e Vulnerabilidade ao Calor: Um Estudo Europeu

Numa recente pesquisa conduzida na Europa, foi demonstrado que as questões dos rendimentos e do calor estão intrinsecamente ligadas. Segundo os pesquisadores, aqueles com rendimentos abaixo da média são mais propensos a sofrer e, infelizmente, morrer em decorrência das altas temperaturas. Esta constatação ressalta a necessidade urgente de focar na mitigação das alterações climáticas.

O estudo, focado principalmente em 17 distritos da cidade de Madri, na Espanha, revelou que as ondas de calor drásticas tiveram um maior impacto nas áreas onde o rendimento familiar era inferior à média. Este fato foi ressaltado pelo pesquisador Julio Díaz Jiménez, do Instituto de Saúde Carlos III, de Madri, e coautor da análise.

Jiménez aponta que a mortalidade causada pelo calor, intensificado pelas crescentes taxas de poluição por carbono, pode ser drasticamente maior nas populações mais pobres. Em 2023, quase 50 mil vidas foram perdidas em toda a Europa devido a ondas de calor severas.

Outro fator preocupante referido no estudo é o estado precário de moradia em que muitos destes indivíduos com baixo rendimento vivem. Muitas vezes, essas casas são de qualidade inferior, lotadas e com ventilação inadequada, o que exacerba ainda mais os efeitos do calor extremo.

Para além disso, muitas dessas pessoas trabalham em setores como construção e agricultura, que as expõem constantemente a altas temperaturas. A combinação dessas condições precárias de trabalho e de habitação torna esses indivíduos particularmente vulneráveis aos efeitos prejudiciais do calor extremo.

A situação torna-se ainda mais preocupante à medida que a Europa aquece a um ritmo mais rápido que outras partes do mundo. O ano de 2023 foi classificado como o mais quente registrado até agora, e o ano de 2024 segue o mesmo padrão.

Esta pesquisa ilustra vividamente a necessidade urgente de abordar as alterações climáticas de forma imediata e efetiva – a desigualdade de rendimento contribuindo para a já emergente crise climática, é uma ameaça direta à vida de milhões de europeus. Mais esforços precisam ser feitos para garantir que todos tenham acesso a condições adequadas de moradia e trabalho, independentemente de seu rendimento, para mitigar os efeitos mortais do calor extremo.

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