A província de Balochistão, no Paquistão, registrou uma onda de violência notável na segunda-feira (26). Militantes separatistas direcionaram seus ataques a delegacias de polícia, linhas de trem e rodovias, resultando na morte de pelo menos 51 pessoas, conforme relatadas pelas autoridades.
O Exército de Libertação Balochi, um grupo militante, assumiu a autoria das ações. Estes ataques representam a manifestação de insurgência étnica mais generalizada que o país viu em anos. A principal motivação por trás desses ataques seria a busca pela separação da província do sudoeste, que é rica em recursos e é palco de grandes projetos liderados pela China, incluindo um porto estratégico e uma mina de ouro e cobre.
A natureza deliberada desses ataques foi evidenciada pelo ministro do Interior, Mohsin Naqvi, que em um comunicado disse, Esses ataques são um plano bem elaborado para criar anarquia no Paquistão. Em retaliação, as forças de segurança mataram 12 militantes, mas os detalhes dessas operações não foram divulgados.
O mais prejudicial desses ataques foi direcionado a veículos em uma rodovia principal, resultando em pelo menos 23 mortes e 35 veículos incendiados. A suspensão do tráfego ferroviário após explosões em uma ponte é um exemplo da extensão do caos causado.
Ataques adicionais a estações de polícia e segurança resultaram em pelo menos 10 mortes. O Exército de Libertação Balochi se responsabilizou por esses atos e por outros ainda não confirmados pelas autoridades.
O BLA, como é conhecido o grupo, é um dos vários grupos étnicos insurgentes que há décadas luta contra o governo central, alegando exploração injusta dos recursos minerais e de gás de Balochistão. As ações do grupo têm como objetivo final a independência da província e a expulsão da China.
Os argumentos de Naqvi surgem na esteira da promessa feita pelo gabinete do primeiro-ministro Shehbaz Sharif de que as forças de segurança retaliariam os ataques e levariam os responsáveis à justiça, numa tentativa de restaurar a segurança e a ordem na região.
