No feriado do Dia da Independência, a cidade de São Paulo foi palco para a 30ª edição da manifestação denominada Grito dos Excluídos. O protesto intencionalmente exalta o invisível e esquecido da sociedade: os vulneráveis. A pauta central da manifestação foi o enfrentamento à negligência vivenciada pela população em situação de rua e carcerária.
Com a temática Todas as Vidas Importam, mas Quem se Importa?, o ato apontou a urgência na implementação de políticas efetivas voltadas para os excluídos. Reunindo-se na Praça da Sé desde as 8h da manhã, os participantes – que incluíam moradores de rua, religiosos, ativistas, imigrantes, membros de movimentos sociais e sindicatos – proferiram em alto e bom som a necessidade de mudança no modelo social vigente.
Lideranças do ato, como Paulo Pretini, salientaram a importância da resistência para a construção de uma sociedade justa, igualitária, fraterna e solidária. Apontaram a existência de um sistema desigual e pouco benéfico para os mais vulneráveis e necessitados.
Dentre os presentes, encontravam-se representantes da Central de Movimentos Populares (CMP), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Atingidos Por Barragens, da Pastoral dos Moradores de Rua, da Marcha Mundial das Mulheres e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Luciana Carvalho, da Rede Rua, destacou a importância de políticas públicas efetivas para os excluídos.
A irmã Petra Silvia Pfaller, da Pastoral Carcerária, ressaltou que a situação é ainda mais grave para os presidiários, que mesmo vivenciando desumanas condições, não têm a oportunidade de se manifestar. Além disso, lembrou que milhares estão sofrendo com a fome, a tortura e a falta de acesso à saúde e à justiça nos presídios.
Enquanto o Grito dos Excluídos ocorria, houve também um desfile cívico-militar no Sambódromo do Anhembi, contando com a presença de figuras políticas, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito Ricardo Nunes. No entanto, a atenção da população esteve voltada para a Praça da Sé, onde os invisíveis por escolha da sociedade estavam se fazendo vistos e ouvidos.